O Raposinho já está pintado, mas esteve muito tempo fora de água, o casco perdeu muita humidade o que provocou a abertura de grandes espaços entre as tábuas.
O casco foi calafetado mas teve de ser afundado para que todas as tábuas inchassem o suficiente para fechar todos os espaços entre elas.
Depois de vários dias "de molho" voltou a flutuar e está pronto para navegar.
Faz cinco meses que iniciámos a reparação do Raposinho, já estamos no verão e ainda nos faltam várias fases para terminarmos a reparação. Não temos dinheiro para terminar todas estas fases e começa a ser complicado deslocarmo-nos todas as semanas ao estaleiro para efetuarmos os trabalhos de reparação não especializados.
Tivemos de rever a metodologia de trabalho para conseguirmos terminar a reparação.
Na 5ª fase, os trabalhos de manutenção da palamenta e outras peças do Raposinho não requerem mão de obra especializada, podemos executá-los no Seixal, como ainda não trouxemos o mastro para o estaleiro, facilitou-nos a tomada desta decisão.
A 6ª fase é dedicada à reparação do velame do Raposinho, este trabalho tem de ser executado por técnicos especializados e ainda não conseguimos o patrocínio para suportarmos este custo, decidimos usar as velas que estão em melhor estado e adiámos a finalização desta fase.
A 7ª fase tinha como objetivo a reparação do motor do Raposinho. Conseguimos cumprir este objetivo, pedimos ajuda a um dos primeiros Amigos do Raposinho que é mecânico de motores de barcos, identificou as peças avariadas, comprámos peças novas e ele ofereceu a mão-de-obra da reparação.
O motor do Raposinho ficou como novo, um muito obrigado ao amigo João Pedro.
O motor do Raposinho ficou como novo, um muito obrigado ao amigo João Pedro.
A 8ª e última fase, o regresso ao Seixal.
Ponderámos todas estas questões e com a autorização do Mestre Jaime Costa decidimos levar o Raposinho para o Seixal. Com o Raposinho em casa vamos ter mais disponibilidade para executar os trabalhos que podemos terminar.
Ponderámos todas estas questões e com a autorização do Mestre Jaime Costa decidimos levar o Raposinho para o Seixal. Com o Raposinho em casa vamos ter mais disponibilidade para executar os trabalhos que podemos terminar.
Numa manhã cinzenta de Julho, o Mestre Jaime Costa abriu-nos o seu Estaleiro Naval para aparelharmos o Raposinho e partirmos em direção a casa.
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Uma última revista ao motor reparado por um Amigo do Raposinho. |
É uma segunda-feira, a manhã já vai alta, já são horas de ouvir os sons do trabalho dos homens que teimam em manter vivo o saber construir e cuidar as embarcações tradicionais do estuário do rio Tejo.
Mas em vez disso, ouve-se os sons de um estaleiro adormecido, que apenas é rasgado pelo barulho do motor do Raposinho que pegou logo ao primeiro arranque.
O Estaleiro Jaime Costa foi o destino da última viagem de muitas das embarcações tradicionais do estuário do rio Tejo que assistem à partida do Raposinho. Mas ainda é a linha de partida de muitas viagens para algumas embarcações tradicionais como a canoa Madalena construída este ano neste estaleiro (à direita no fundo da imagem).
Temos esperança que este estaleiro continue a ser por muitos mais anos a linha de partida de muitas embarcações tradicionais do estuário do rio Tejo.
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A bordo do elegante varino "Sou do Tejo", propriedade do Mestre Jaime Costa, um último olhar ao Raposinho.
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O Raposinho volta a navegar na Baía do Seixal, esta mais lindo com a sua pintura tradicional renovada.
Os Amigos do Raposinho vão prepará-lo para enfrentar os desafios que o esperam, no seu papel de embaixador do Seixal, da sua Baía e da Vela Tradicional, por todo o estuário do rio Tejo.
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