domingo, 9 de fevereiro de 2014

Quando apreciamos uma embarcação tradicional do  estuário  do rio Tejo  salta-nos à vista o colorido da sua pintura.


Estas pinturas ostentam uma panóplia de elementos decorativos de inspiração popular – motivos florais, paisagens rurais, tradições socioculturais, figuras religiosas, letras e números - enquadrados por cercaduras com desenhos geométricos, folhas, flores, traços simples ou ondulados. Estes motivos são desenhados e pintados numa técnica simples e espontânea com cores garridas sobre fundos que lhe dão realce, tudo combinado num harmonioso efeito cromático que confere a cada embarcação um perfil inconfundível e único.

Como verdadeiros quadros vivos, estas embarcações evocam um património sociocultural que importa preservar e transmitir às novas gerações.

É com este objectivo que convidamos todos os interessados a inscreverem-se no curso “Pinturas Tradicionais em Embarcações do estuário do rio Tejo”.

Queremos que este curso seja um momento de partilha de conhecimentos técnicos, cultura e saber fazer associados a esta arte popular.

Este curso é organizado pela Associação Náutica do Seixal e está integrado no Programa Cultural 2014 do Projeto Raposinho.


Inscrições - Informação


VALOR DA INSCRIÇÃO: 40€
  • O acesso ao curso está limitado aos primeiros 15 alunos com inscrição paga, atingido este número não serão aceites mais inscrições.
  • A realização do Curso está sujeita à inscrição mínima de 10 alunos.
DATAS:
  • Março 2014 - Dias 7, 14, 21 e 28 (sextas-feiras - das 21:00h às 23:00h).
LOCAL:
  • Salão Nobre da Associação Náutica do Seixal.
FORMADOR:
  • Mestre Pintor Diogo Gomes
INSCRIÇÃO E PAGAMENTO:
  • A inscrição pode ser efectuada no nosso blog em "Pinturas Tradicionais em Embarcações do Estuário do rio Tejo - FICHA DE INSCRIÇÃO” ou na Secretaria da Associação Náutica do Seixal.
  • Horário da Secretaria - de Terça a Sábado das 9:00h às 12:00h.
  • Excepcionalmente, a Secretaria da Associação estará aberta ao público às Segundas, Quartas e Sextas das 21:00h às 23:00h até serem recepcionadas as primeiras 15 inscrições válidas (pagamento incluído) ou atingida a data limite para inscrição no curso. 
  • O pagamento da inscrição tem de ser efetuado na Secretaria da Associação.
DATA LIMITE PARA INSCRIÇÃO E PAGAMENTO:
  • Dia 1 de Março de 2014.
A inscrição inclui os materiais de pintura utilizados durante o curso.
Os trabalhos realizados são propriedade dos alunos.



Breve história


Nos antigos estaleiros navais do estuário do rio Tejo não existia a profissão de pintor, trabalhadores que se dedicavam em exclusivo à pintura de embarcações. Era a tripulação de cada embarcação que se encarregava da sua pintura (para minimizar custos e tempo de paragem) e da preparação das tintas, feitas com pó corante dissolvido numa mistura de aguarrás e óleo de linhaça, estas pinturas estavam muito longe do esplendor das pinturas atuais.

As pinturas que encontramos hoje em embarcações tradicionais do estuário do rio Tejo, recuperadas por privados ou por autarquias, terão surgido, segundo fontes orais, no início do século XX na localidade do Rosário (Concelho da Moita) por iniciativa dos mestres carpinteiros navais Francisco Lopes e Manuel Fernandes Reimão, mais conhecido por “Canário”.

Actualmente desconhece-se se esta pintura, que se designa como tradicional e característica do estuário do rio Tejo, foi realmente uma criação local ou se sofreu influências exteriores, nomeadamente da pintura dos moliceiros da região de Aveiro. Nesta região foram construídas várias embarcações destinadas ao rio Tejo e de onde vieram muitos marítimos e trabalhadores da construção naval. No entanto, fontes orais negam tal influência, opinião partilhada por construtores navais, pintores e marítimos.

À medida que os mestres pintores foram evoluindo e criando novos motivos decorativos (preservados até à atualidade) foram ganhando notoriedade, sendo requisitados pelos estaleiros espalhados pelo estuário do rio Tejo, para executarem pinturas a pedido dos clientes.

Foi inspirado nestes mestres que o mestre pintor Diogo Gomes de Sarilhos Pequenos começou a pintar embarcações tradicionais.

Hoje, com o seu estilo próprio (mas respeitando a tradição, como ele diz, “. . . não podemos inventar porque são barcos do Tejo com grandes tradições . . .”) e um trabalho reconhecido por todo o estuário do rio Tejo e além fronteiras, é um dos últimos mestres pintores profissionais a trabalhar no estuário do rio Tejo.

Texto adaptado de:
Barcos, memórias do Tejo - Ecomuseu Municipal do Seixal – Câmara Municipal do Seixal 2007.
Estaleiro Naval de Sarilhos Pequenos – Câmara Municipal da Moita 2013.



Divulgação


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